sexta-feira, 5 de julho de 2013

Um dos poemas mais lindos!! de Vinicius de Moraes

Soneto De Separação

Vinicius de Moraes



De repente do riso fez-se o pranto

Silencioso e branco como a bruma

E das bocas unidas fez-se a espuma

E das mãos espalmadas fez-se o espanto


De repente da calma fez-se o vento

Que dos olhos desfez a última chama

E da paixão fez-se o pressentimento

E do momento imóvel fez-se o drama


De repente não mais que de repente

Fez-se de triste o que se fez amante

E de sozinho o que se fez contente


Fez-se do amigo próximo, distante


Fez-se da vida uma aventura errante


De repente, não mais que de repente









quinta-feira, 4 de julho de 2013

Conhecendo um pouco sobre o escritor: Mário Prata

Mário Prata




Mario Alberto Campos de Morais Prata (Uberaba, 11 de fevereiro de 1946) é um escritor, dramaturgo, cronista e jornalista brasileiro. Conquistou reconhecimento como romancista, autor de telenovelas e de peças de teatro, sendo seus maiores sucessos a novela Estúpido Cupido (1976), as peças de teatro Fábrica de Chocolate(1979) e Besame Mucho (1982) e os livros Schifaizfavoire (1994), Diário de um Magro (1997), Minhas Mulheres e Meus Homens (1998) e Purgatório (2007).

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Texto em estudo: Avestruz - Mário Prata

Avestruz
Mário Prata

http://epoca.globo.com/edic/322/mario01.gif
O filho de uma grande amiga pediu, de presente pelos seus 10 anos, um avestruz. Cismou, fazer o quê? Moram em um apartamento em Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa era minha. Sim, porque foi aqui ao lado de casa, em Floripa, que o menino conheceu os avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles. Aquilo impressionou o garoto.  
Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruz. E se entregavam em domicílio.
E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. O avestruz foi um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar o avestruz, Deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado primeiro o corpo, que se assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quanto pesa um avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui logo avisando a minha amiga. E a altura pode chegar a quase 3 metros - 2,70 para ser mais exato.
Mas eu estava falando da sua criação por Deus. Colocou um pescoço que não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente para evitar que saíssem voando em bandos por aí, assustando as demais aves normais.
Outra coisa que faltou foram dedos para os pés. Colocou apenas dois dedos em cada pé. Sacanagem, Senhor!
Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo. Tanto é que, logo depois, Adão, dando os nomes a tudo o que via pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e disse: Struthio camelus australis. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em forma de salsicha.
Pois um animal daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que os avestruzes vivem até os 70 anos e se reproduzem plenamente até os 40, entrando depois na menopausa. Não têm, portanto, TPM. Uma fêmea de avestruz com TPM é perigosíssima!
Podem gerar de dez a 30 crias por ano, expliquei ao garoto, filho da minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de avestruzes correndo pela sala do apartamento.
Ele insiste, quer que eu leve um avestruz para ele de avião, no domingo. Não sabia mais o que fazer.
Foi quando descobri que eles comem o que encontram pela frente, inclusive pedaços de ferro e madeiras. Joguinhos eletrônicos, por exemplo. Máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e, principalmente, chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai bem.
Parece que convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz por cinco gaivotas e um urubu.
Pedi para a minha amiga levar o garoto a um psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz.


PRATA, Mário. Avestruz. Disponível em: www.marioprataonline.com.br. Acesso em: 14 fev. de 2008

Situação de Aprendizagem - Texto Avestruz ( Mário Prata)

PRODUZINDO UMA CRÔNICA NARRATIVA
(Este trabalho é fruto do Curso Melhor Gestão Melhor Ensino)

Contexto
A sequencia didática aqui apresentada  partiu da constatação das dificuldades encontradas pelos alunos em ler, interpretar, identificar e produzir o gênero textual crônica.
Competências e Habilidades
- Identificar a finalidade de um texto, mobilizando conhecimentos prévios sobre o gênero;
- Organizar os episódios principais de uma narrativa literária em sequência  lógica;
- Inferir o  efeito de humor produzido em um texto pelo uso intencional de palavras ou expressões;
- Reconhecer características do gênero crônica narrativa;
- Comparar narrativas em diferentes gêneros.
Conteúdos
-Traços característicos de crônica narrativa;
- Leitura oral de narrativas com enfoque nas crônicas;
- Produção de crônica narrativa;
-  Conceito de denotação e conotação.
Tempo previsto
06 aulas

Sequência Didática
Texto utilizado: Avestruz – Mário Prata


1. Sondagem de conhecimentos prévios: levantamento do conhecimento prévio sobre o assunto (roda  de conversa);

2- Entrega de filipetas para  organização da sequência da  narrativa;
3- Leitura do texto;

4- Confirmação ou retificação das antecipações ou expectativas de sentido criadas antes e/ou durante a leitura;

5- Esclarecimento de palavras desconhecidas  a partir de inferência ou consulta ao dicionário (denotação e conotação);

6- Apresentação das características da crônica, relacionando-a com outros tipos de texto;
7- Apresentação de outras crônicas narrativas  buscando   informações complementares em textos de apoio subordinados ao texto principal, pesquisa na internet ou outras fontes;

8- Em duplas, fazer a reescrita do texto  abordado;

9- Produção de uma crônica com o tema “Um  presente muito estranho”;

10- Troca de impressões a respeito dos textos  produzido, fornecendo indicações para a sustentação de sua leitura.

11- Reescrita dos textos elaborados pelos alunos;

12- Exposição dos trabalhos no mural da escola.